Excelente barreira contra luz, umidade e oxigênio, o alumínio se destaca nas embalagens para alimentos
A indústria de embalagens de alumínio vai bem além das latinhas de bebidas – que, aliás, também apresentam novidades. Como barreira e proteção contra luz, oxigênio e umidade, o metal é insuperável e até insubstituível em várias aplicações no setor de alimentos. Seja em latas, lacres, válvulas e tampas de abertura fácil, em folhas finas envolvendo produtos ou ainda como camada de embalagem “longa vida”, o alumínio se impõe como uma das matérias-primas mais importantes da indústria e ganha destaque ano a ano. Além disso, algumas aplicações inovadoras permitem às empresas destacar seus produtos nas gôndolas, agregando valores de design e modernidade, e reduzir os custos de produção, armazenagem, estocagem e logística. Sem falar na atual escalada de custos das matérias-primas originárias do petróleo, que tornam o metal mais competitivo, e do apelo ambiental pela possibilidade de reciclagem total do aluminío.
Alternativa à alta do petróleo
Não existem números específicos sobre o alumínio em embalagens para alimentos. O aumento dos preços do petróleo, que superou US$ 75 o barril na Europa, estimulará ainda mais a procura por matérias-primas alternativas aos derivados do óleo. Mas o maior segmento de consumo de alumínio no Brasil é o setor de embalagem.
“Cada produto tem uma determinada necessidade de barreira ao calor, luz, umidade e oxigênio que permite diferentes composições de matérias-primas na embalagem, mas quando essa necessidade é alta o alumínio é indispensável”, argumenta Ronaldo Canteiro, diretor de uma empresa de embalagens, “São basicamente três opções: o alumínio em folha, a laminação de alumínio e a metalização com alumínio.”
O primeiro caso envolve a proteção contra a umidade e o oxigênio, com permeabilidade próxima a zero, bastante indicada para sólidos. A laminação pode ser utilizada para embalagens com múltiplas camadas, assim como a metalização, que permite embalagens mais flexíveis – por exemplo, com a sublimação do alumínio e sua absorção como gás numa bobina de poliéster.
“Se considerarmos a relação custo-benefício, o alumínio para embalagens de alimentos é barato, pois é inerte e inviolável”, aponta Mauro Moreno, diretor de empresa do ramo. “Em um país grande, quente, úmido e com estradas ruins, como o Brasil, a aplicação de alumínio em embalagem reduz o risco de contaminação e aumenta a vida útil dos alimentos.” O segmento é um dos maiores mercados da empresa, de importância estratégica. “Estamos investindo no aumento da produção e da linha de produtos, com máquinas que fabricarão folhas de até 1.650 milímetros de largura”, adianta o diretor.
Segundo ele, o Brasil ainda tem grande potencial de crescimento em mercados novos, como o de pratos e contêineres descartáveis para alimentos semi-prontos. Pelo menos duas empresas brasileiras, a Sadia e a Perdigão, já utilizam embalagens de alumínio para esse fim – o metal é mais barato que o isopor, derivado do petróleo, e mais versátil, podendo ir direto do freezer ao forno e ao microondas.
Latas seguras e práticas
Outro mercado pouco explorado é o de latas de alumínio para alimentos. Segundo Moreno, na Europa 20% desse mercado já é suprido por embalagens em alumínio. Agora o setor alimentício começa lentamente a utilizar o material no Brasil. “Mesmo com verniz, o metal das latas tradicionais oxida com o tempo, externa e internamente”, explica Renata Porpiglio Bueno, superintendente de marketing de companhia que comercializa pescados.
A primeira linha a receber a nova embalagem foi Atum Natural Light (em água e sal), associando a leveza do metal ao baixo teor de gordura do produto. “A embalagem criou um diferencial frente aos concorrentes, é reconhecida mais facilmente pelos consumidores e está sendo um sucesso nas prateleiras”, afirma Renata. Com isso, desde fevereiro deste ano, os produtos da linha de atum em óleo também são enlatados em alumínio. Além de três vezes mais leve que as latas usadas antes, a nova embalagem preserva melhor as características naturais dos alimentos, principalmente o sabor, segundo estudos do Centro de Tecnologia de Embalagens para Alimentos (Cetea), de Campinas (SP). “Estamos recebendo tantos elogios por meio de telefonemas para o SAC e sugestões de novos produtos que também vamos migrar a linha Pescador para o alumínio”, diz Renata. Atualmente, a empresa está analisando design e identidade visual adequados.
Sachês, válvulas…
Para aplicações tradicionais, o alumínio permanece indispensável. “Além da barreira contra luz, calor, gás e umidade, a vantagem do alumínio em embalagem alimentícia é ser inodoro, não interagindo com o sabor e o cheiro dos alimentos”, afirma Israel Silva Souza, diretor industrial e comercial de empresa de embalagens. “Por isso, é insubstituível em diversos materiais que produzimos, como folhas laminadas para manteiga, forminhas para doces de festas, tiras plissadas para bolos e laminados para chocolates, entre outros.” Ele cita ainda o lacre em alumínio de embalagens de fermento em pó, que impede a entrada de umidade e oxigênio, e a qualidade de resistência mecânica que o metal oferece para aplicações que exigem dobra firme na embalagem.
Fonte: http://www.revistaaluminio.com.br/