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Alumínio: Infinitamente Reciclável

A reciclabilidade é um dos atributos mais importantes do alumínio. Qualquer produto produzido infinitas vezes, sem perder suas qualidades no processo de reaproveitamento, ao contrário de outros materiais. O exemplo mais comum é o da lata de alumínio para bebidas, cuja sucata transforma-se novamente em lata após a coleta e refusão, sem que haja limites para seu retorno ao ciclo de produção. Esta característica possibilita uma combinação única de vantagens para o alumínio, destacando-se, além da proteção ambiental e economia de energia, o papel multiplicador na cadeia econômica.

A reciclagem de alumínio é feita tanto a partir de sobras do próprio processo de produção, como de sucata gerada por produtos com vida útil esgotada. De fato, a reciclagem tornou-se uma característica intrínseca da produção de alumínio, pois as empresas sempre tiveram a preocupação de reaproveitar retalhos de chapas, perfis e laminados, entre outros materiais gerados durante o processo de fabricação.

Este reaproveitamento de sobras do processo, em qualquer caso, representa uma grande economia de energia e matéria-prima, refletindo-se em aumento da produtividade e redução da sucata industrial.

A reciclagem de produtos com vida útil esgotada, por sua vez, depende do tempo gasto entre seu nascimento, consumo e descarte. Isto é chamado de ciclo de vida de um produto, que pode ser de 45 dias, como no caso da lata, até mais de 40 anos, no caso de cabos de alumínio para transmissão de energia elétrica. Em qualquer caso, o alumínio pode ser reciclado infinitas vezes.

Quanto mais curto for o ciclo de vida de um produto de alumínio, mais rápido será o seu retorno à reciclagem. Por isso, os volumes de reciclagem da indústria alcançaram índices expressivos, com a entrada da lata de alumínio no mercado.

Versatilidade em qualquer aplicação

Excelente barreira contra luz, umidade e oxigênio, o alumínio se destaca nas embalagens para alimentos

A indústria de embalagens de alumínio vai bem além das latinhas de bebidas – que, aliás, também apresentam novidades. Como barreira e proteção contra luz, oxigênio e umidade, o metal é insuperável e até insubstituível em várias aplicações no setor de alimentos. Seja em latas, lacres, válvulas e tampas de abertura fácil, em folhas finas envolvendo produtos ou ainda como camada de embalagem “longa vida”, o alumínio se impõe como uma das matérias-primas mais importantes da indústria e ganha destaque ano a ano. Além disso, algumas aplicações inovadoras permitem às empresas destacar seus produtos nas gôndolas, agregando valores de design e modernidade, e reduzir os custos de produção, armazenagem, estocagem e logística. Sem falar na atual escalada de custos das matérias-primas originárias do petróleo, que tornam o metal mais competitivo, e do apelo ambiental pela possibilidade de reciclagem total do aluminío.

Alternativa à alta do petróleo

 
Não existem números específicos sobre o alumínio em embalagens para alimentos. O aumento dos preços do petróleo, que superou US$ 75 o barril na Europa, estimulará ainda mais a procura por matérias-primas alternativas aos derivados do óleo. Mas o maior segmento de consumo de alumínio no Brasil é o setor de embalagem.

“Cada produto tem uma determinada necessidade de barreira ao calor, luz, umidade e oxigênio que permite diferentes composições de matérias-primas na embalagem, mas quando essa necessidade é alta o alumínio é indispensável”, argumenta Ronaldo Canteiro, diretor de uma empresa de embalagens, “São basicamente três opções: o alumínio em folha, a laminação de alumínio e a metalização com alumínio.”
O primeiro caso envolve a proteção contra a umidade e o oxigênio, com permeabilidade próxima a zero, bastante indicada para sólidos. A laminação pode ser utilizada para embalagens com múltiplas camadas, assim como a metalização, que permite embalagens mais flexíveis – por exemplo, com a sublimação do alumínio e sua absorção como gás numa bobina de poliéster.

“Se considerarmos a relação custo-benefício, o alumínio para embalagens de alimentos é barato, pois é inerte e inviolável”, aponta Mauro Moreno, diretor de empresa do ramo. “Em um país grande, quente, úmido e com estradas ruins, como o Brasil, a aplicação de alumínio em embalagem reduz o risco de contaminação e aumenta a vida útil dos alimentos.” O segmento é um dos maiores mercados da empresa, de importância estratégica. “Estamos investindo no aumento da produção e da linha de produtos, com máquinas que fabricarão folhas de até 1.650 milímetros de largura”, adianta o diretor.

Segundo ele, o Brasil ainda tem grande potencial de crescimento em mercados novos, como o de pratos e contêineres descartáveis para alimentos semi-prontos. Pelo menos duas empresas brasileiras, a Sadia e a Perdigão, já utilizam embalagens de alumínio para esse fim – o metal é mais barato que o isopor, derivado do petróleo, e mais versátil, podendo ir direto do freezer ao forno e ao microondas.

Latas seguras e práticas

Outro mercado pouco explorado é o de latas de alumínio para alimentos. Segundo Moreno, na Europa 20% desse mercado já é suprido por embalagens em alumínio. Agora o setor alimentício começa lentamente a utilizar o material no Brasil. “Mesmo com verniz, o metal das latas tradicionais oxida com o tempo, externa e internamente”, explica Renata Porpiglio Bueno, superintendente de marketing de companhia que comercializa pescados.

A primeira linha a receber a nova embalagem foi Atum Natural Light (em água e sal), associando a leveza do metal ao baixo teor de gordura do produto. “A embalagem criou um diferencial frente aos concorrentes, é reconhecida mais facilmente pelos consumidores e está sendo um sucesso nas prateleiras”, afirma Renata. Com isso, desde fevereiro deste ano, os produtos da linha de atum em óleo também são enlatados em alumínio. Além de três vezes mais leve que as latas usadas antes, a nova embalagem preserva melhor as características naturais dos alimentos, principalmente o sabor, segundo estudos do Centro de Tecnologia de Embalagens para Alimentos (Cetea), de Campinas (SP). “Estamos recebendo tantos elogios por meio de telefonemas para o SAC e sugestões de novos produtos que também vamos migrar a linha Pescador para o alumínio”, diz Renata. Atualmente, a empresa está analisando design e identidade visual adequados.

 
Sachês, válvulas…

 

Para aplicações tradicionais, o alumínio permanece indispensável. “Além da barreira contra luz, calor, gás e umidade, a vantagem do alumínio em embalagem alimentícia é ser inodoro, não interagindo com o sabor e o cheiro dos alimentos”, afirma Israel Silva Souza, diretor industrial e comercial de empresa de embalagens. “Por isso, é insubstituível em diversos materiais que produzimos, como folhas laminadas para manteiga, forminhas para doces de festas, tiras plissadas para bolos e laminados para chocolates, entre outros.” Ele cita ainda o lacre em alumínio de embalagens de fermento em pó, que impede a entrada de umidade e oxigênio, e a qualidade de resistência mecânica que o metal oferece para aplicações que exigem dobra firme na embalagem.
Fonte: http://www.revistaaluminio.com.br/

Um novo jeito de pensar

Seja para moda, cozinha, decoração, engrenagens ou transportes, o alumínio se mostra um facilitador na busca de inovação para produtos e na gestão de ideias.

Já pensou em usar uma roupa feito de folha alumínio? A estilista Ayse Byzanz achou que daria um excelente vestido de noiva. Apaixonada pelo metal, ela foi além e desenvolveu um “tecido” de alumínio e acaba de lançar uma coleção fashion inteira com a inovação. “Eu realmente gostei da cor do alumínio com o reflexo da luz e acredito que é um grande mercado no mundo inteiro, por isso eu decidi começar a trabalhar com alumínio em decoração, joias e acessórios”, conta Ayse. De família turca radicada na Alemanha, ela encontrou uma nova maneira de fazer roupas e o mercado descobriu mais uma aplicação para o metal leve. Segundo ela, o tecido feito de alumínio – já devidamente registrado em seu domínio – pode inclusive ser lavado à máquina e passado a ferro.

O projeto de Ayse foi vencedor de uma das categorias do European Aluminium Award 2014, prêmio que, em parceria com a European Aluminium Association, a cada dois anos reconhece projetos inovadores que empregam o metal leve para os setores de automotivo e aeroespacial, construção e arquitetura, marina e offshore, técnicas de produção, máquinas e ferramentas e design e estilo de vida – tantas categorias mostram a amplitude de trabalhos que o material possibilita. “Os designers apreciam a liberdade de formas que o alumínio permite para que realizem suas criações a um baixo custo, seja para uma pequena série ou produção em massa”, salienta Rudolf de Ruijter, gerente de projetos do evento. Segundo ele, nas últimas nove edições da competição foi visto um aumento no número de inscritos assim como da qualidade de inovação dos produtos e processos de produção.

CRIATIVIDADE

Foi o próprio Ruijter quem convidou a designer de joias holandesa Anke Akerboom, do Krabbé & Akerboom Ateliers 1-1-9, para participar com a coleção de talheres em alumínio, após conhecer seu trabalho em uma mostra. “Depois disso, meu trabalho também foi visto quando exibido em um dos palácios da Família Real Holandesa Paleis Het Loo”, conta Anke. Com formas angulosas e design tridimensional, o projeto foi todo executado por ela.

“Meu foco era desenvolver uma série de colheres, fáceis de produzir e com beleza. É por isso que escolhi o alumínio, por que a anodização permite várias cores vibrantes que combinam com a atmosfera que eu gostaria de apresentar”, explica e sinaliza que também usa o metal leve para produzir suas peças de joalheria, pois é um material bom de trabalhar, com preço interessante, leve e resistente. “E tem um visual fabuloso”, completa Anke.

Outro vencedor foi o Freedom Radiator, da Jaga NV, da Bélgica. Como durabilidade e resistência eram requisitos, para executar o projeto do aquecedor, a maior parte do invólucro foi executada em alumínio extrudado e as tampas das extremidades com alumínio cortado a laser – mesmo os rebites são feitos com o metal. “O produto requer um ciclo de vida de vinte a trinta anos de durabilidade e vai ter um monte de colisões durante seu uso. Além disso, o invólucro não poderia dobrar, caso alguém pesado suba sobre ele”, justifica James Davis, designer de produto da Jaga.

Assim, foi alcançado um produto de linhas finas e modernas, que agregou funcionalidade com beleza estética: “O alumínio é um material muito flexível em termos de possibilidade de uso e o design frequentemente descobre diferentes maneiras de conceber produtos e, no caso da Jaga, nós conseguimos construir um radiador extremamente inovador”, diz.

INOVAR

São exemplos de inovação que saltam aos olhos e mostram um movimento de encontrar algo que nunca foi pensado antes. O alumínio é a matéria-prima de diversos novos produtos e, em geral, é utilizado como algo novo, mais moderno, leve e resistente. O que o torna atraente e versátil para as mais variadas aplicações. “Eu amo trabalhar com alumínio porque ele tem muito potencial para os mais variados tipos de uso”, ressalta Ayse. Sua fascinação pelo material é tanta que ela revela ter recebido um apelido especial por isso: Aluqueen ou Rainha Alu, em tradução livre.

ALUMINIO

A inovação é fundamental para garantir a sustentabilidade de uma empresa a longo prazo. Em qualquer lista de marcas que revolucionaram seu nicho de mercado constam nomes como Apple, Facebook, Amazon, Tesla, entre outros. Embora empresas do alumínio não sejam encontradas entre estes nomes, o insumo marca presença como ferramenta possibilitadora desse movimento. Cada vez mais empresas de variados setores, como automotivo, construção civil, naval, tecnologia e aeroespacial apostam no alumínio para novos usos e aplicações. O movimento estimula que as empresas fornecedoras do alumínio busquem acompanhar a tendência.

Como é o caso da Novelis, que iniciou uma jornada de inovação há cinco anos. A decisão era escolher entre dois caminhos: manter o status alcançado e seguir um rumo mais seguro ou fazer uma abordagem ousada, mas incerta, e se tornar um inovador de ruptura. A segunda opção foi a escolhida e a partir desse ponto teve início uma série de investimentos e mudanças, que culminaram com o novo centro global de P&D em Kennesaw, Geórgia, EUA.

“O centro foi inaugurado em 2012 com o objetivo de concentrar nossas atividades de P&D cujo foco está em soluções de nível mundial para clientes do mercado de latas para bebida, automotivo, de transporte e especialidades, além de um grupo e atividades voltados para reciclagem”, explica Roberta Soares, diretora de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios da Novelis.

São investimentos como este que possibilitam parcerias e geram soluções como as da nova Ford F-150 ou da Ranger Rover Vogue, que viabilizaram a redução de peso dos veículos aliada a resistência, sem perda de potência. Com a indústria cada vez mais preparada e um universo de possibilidades à disposição, basta dar asas à imaginação. (sic)

Fonte: http://revistaaluminio.com.br/

Edifícios verdes e inteligentes.

Construções modernas adotam alumínio em projetos arrojados.

Durabilidade, resistência mecânica, leveza, facilidade de manutenção, maleabilidade, design e boa aparência. Às já consagradas qualidades do alumínio na construção civil, uma outra pode ser acrescentada: sustentabilidade. Os motivos são vários: além de poder ser reaproveitado e reciclado, o alumínio está presente em diversas soluções inteligentes das chamadas construções verdes e é cada vez mais utilizado nas obras por quem busca obter uma certificação internacional de arquitetura sustentável.


As construções verdes ainda são novidade no Brasil, mas já existem muitos exemplos nos Estados Unidos e na Europa. Aqui, ainda predomina nas obras a adoção de soluções sustentáveis isoladas como painéis de energia solar, racionalização e reutilização da água e separação de lixo. No entanto, o próprio mercado está exigindo que as edificações sejam cada vez mais ecológicas, seja por conta do aumento da preocupação da sociedade com as alterações ambientais produzidas pelo homem, seja pela necessidade de economia com manutenção e maior conforto dos usuários da construção.

Uma das maiores preocupações da arquitetura sustentável é a escolha dos materiais utilizados nas obras. “É preciso levar em consideração o ciclo de vida do material construtivo, que é a possibilidade de desmontar e reutilizar mantendo as características do produto e suprimindo a necessidade de produção de materiais novos. O alumínio, apesar de ser um material que tem uma energia embutida alta (consome muita energia no processo de produção), tem uma vida útil formidável, portanto é sustentável”, explica Roberta Kronka Mülfarth, pesquisadora do Departamento de Tecnologia da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).

A vida útil média de produtos de alumínio para construção civil é superior a 40 anos (muito maior que a do aço, de cerca de 15 anos, por exemplo). Exemplos de durabilidade do alumínio são as telhas do Ginásio do Ibirapuera, que já têm mais de 45 anos, e do Parque do Anhembi, mais de 35 anos. Elas continuam intactas, resistentes e com boa aparência e ainda não precisaram ser substituídas por telhas novas.
“O alumínio é um dos materiais mais sustentáveis no mundo, com cerca de 73% de todo o material produzido ainda em uso”, resume Sara Gusmão Ferreira, arquiteta com MBA em gestão e tecnologias ambientais.

Certificação internacional
O critério de sustentabilidade de uma construção está ganhando cada vez mais notoriedade e as empresas buscam certificações para ter reconhecimento do mercado.
No Brasil, os interessados em tornar sua obra uma “construção verde” já estão recorrendo à mais reconhecida certificação internacional, o LEED (sigla de Leadership in Energy and Environmental Design).

Desenvolvido pelo U.S. Green Building Council (USGBC), o LEED propõe uma aproximação entre os projetos arquitetônicos e o conceito da sustentabilidade por meio de cinco pontos: desenvolvimento sustentável do entorno, economia de água, eficiência energética, seleção adequada de materiais não nocivos ao meio ambiente e conforto para os usuários da edificação. O alumínio é um recurso talhado para satisfazer os três últimos requisitos. Por isso, construções que buscam a certificação LEED dão diversas utilidades para esse metal em suas obras.
O edifício mais sustentável do mundo (segundo os critérios do LEED) está sendo construído em Nova York: a nova sede do Bank of America, que deve ficar pronto em 2008.

O projeto, que custará US$ 1 bilhão, usa vidro, aço e alumínio reciclados de construções recentemente demolidas – materiais que poderão ser reciclados novamente – ao longo dos seus 54 andares e 365 metros. Portanto, o Bank of America será reciclado e reciclável: a primeira obra a receber a classificação máxima no LEED.

Chicago também tem diversos exemplos de grandes construções verdes. Um deles é o 111 South Wacker Drive, que usou mais de 450 toneladas de alumínio no revestimento das fachadas, nas esquadrias, nos cabos de elevador e nos sistemas de iluminação do teto. Na fachada do edifício de 53 andares, o alumínio recebeu acabamento para barrar a entrada de calor, evitando, assim, o consumo elevado de ar condicionado. O alumínio também reveste os cabos dos 24 elevadores, por ser um metal mais leve e com a mesma força e resistência para suportar peso. “Sustentabilidade é agora um investimento de escolha, e as construções verdes dão um excepcional retorno nos investimentos”, avaliou Steven Nilles, diretor do escritório de arquitetura que projetou o 111 S. Wacker, em entrevista ao Aluminum Extrusion Council (AEC).

Em todo o mundo, existem 1.969 projetos certificados pelo LEED. Apenas um deles está na América Latina: a agência do Banco Real da Granja Viana, em Cotia, município vizinho a São Paulo, que recebeu o certificado em junho deste ano. Mas diversos outros empreendimentos brasileiros já mandaram documentações para os Estados Unidos para conquistar a marca LEED em suas construções.

No Brasil, a empresa Sustentax presta consultoria para a certificação LEED. “Está crescendo muito o interesse das empresas em materializar o que estão fazendo na área da responsabilidade social corporativa. A materialização tem sido muito difícil e é exigência do mercado. Uma das formas de materialização é implementar greenbuilds nos edifícios-sede, onde a empresa tenha visibilidade”, explica Paola Figueiredo, diretora da Sustentax.
Anderson Oba, gerente de produtos da Alcoa, acredita que a busca por certificação fará aumentar ainda mais o uso do alumínio: “Com o advento do LEED, se mais obras se interessarem a se certificar, a exigência de alumínio vai ser cada vez maior porque ele tem muitas vantagens em relação a outros metais e materiais.”

Soluções sustentáveis
Em primeiro lugar, as edificações revestidas por alumínio ou por vidro e esquadrias do metal podem ser construídas a seco, causando menos impacto ambiental. Ou seja, apenas são montadas no local, trazendo rapidez à construção e menor desperdício de materiais (sem gasto de água para produção de cimento, por exemplo).

Além de proporcionarem uma construção limpa, painéis de alumínio são uma escolha sustentável para o revestimento de fachadas e comunicação visual, se puderem ser reciclados. Existem no mercado basicamente duas opções de painéis: sólidos, formados por 100% de alumínio, e compostos, conhecidos por ACM (Aluminum Composite Material).

O Conselho Regional dos Químicos e o Hospital Beneficência Portuguesa, ambos em São Paulo, são exemplos de grandes construções que usam painéis 100% de alumínio em seu revestimento. “O Hospital Beneficência Portuguesa tinha um conceito de obra que buscava aliar produtos mais convencionais com a idéia de preservação do meio ambiente. Por isso, lá foram utilizadas chapas de alumínio com uma pintura especial. Elas foram produzidas curvadas e fixadas numa estrutura própria também de alumínio”, explica o engenheiro Arimatéia Nonatto, gerente de desenvolvimento de produtos da Belmetal, empresa que fez a fachada da construção. “A preocupação ambiental está começando na arquitetura de hospitais e encontra-se bastante presente no Beneficência, principalmente na economia de energia e água e na otimização da transmissão térmica para dentro do edifício”, diz Augusto Guelli, da Bross Arquitetura e Consultoria, autora do projeto do Beneficência.

As fachadas de vidro sustentadas por esquadrias de alumínio também são opções sustentáveis, devido às inovações tecnológicas que minimizam a entrada de calor e, assim, gastos excessivos com energia elétrica para manter o ar-condicionado. Os vidros podem tanto ser refletivos quanto ter aplicações de películas especiais que vedam a passagem de calor, mas permitem a entrada de luminosidade – atualmente as películas já estão bastante desenvolvidas e chegam a ter transparência de 60% e reter 97% dos raios infravermelhos.

“Projetos com fachadas de vidro precisam trabalhar duas questões: com o vidro, a luz natural é muito boa e a pessoa não se sente enclausurada, proporcionando conforto. Mas ao mesmo tempo deixa entrar carga térmica. Por isso, é preciso trabalhar a carga térmica com inovações tecnológicas. Ao diminuir a carga térmica, você não vai precisar comprar um ar-condicionado mais potente e caro, e pode gastar mais na construção sustentável, como nas películas para os vidros. É uma balança”, fala Paola, da Sustentax.

As esquadrias também podem receber tratamento termoacústico. Além disso, elas precisam ter um sistema de vedação de alto desempenho para evitar trocas de calor com o exterior. As linhas de esquadrias unitizadas, usadas em grandes edifícios como os paulistas Bank Boston (na Avenida Berrini) e Hotel Hyatt (na Avenida das Nações Unidas), são bons exemplos de eficiência na vedação.

O novo prédio da Rede Globo em São Paulo exemplifica o tratamento de materiais para aumentar a sustentabilidade da construção. “Nossa equipe trabalhou em conjunto com os projetistas de ar condicionado, acústica, esquadrias, vidros e persianas, ponderando os fatores estéticos e econômicos para criar ambientes agradáveis. Foram utilizados vidros de alta performance, refletivos com espessura de 10 milímetros para minimizar a radiação solar e atenuar os ruídos provocados pelo alto movimento de veículos na Avenida das Nações Unidas. As esquadrias de alumínio também receberam tratamento acústico”, explica Beatriz Ometto Moreno, diretora da KOM Arquitetura e Planejamento, responsável pela obra.

O projeto da Pfizer em São Paulo, premiado internacionalmente por seu design e suas soluções inteligentes para economia de energia (controladas por softwares próprios), também se valeu do alumínio. “A idéia foi usar o mínimo possível de materiais não certificados. A arquitetura do prédio optou por usar alumínio e aço em vez de materiais oriundos de desmatamento e agressões ambientais”, conta o engenheiro José de Rezende, do escritório de arquitetura Ebepro, que desenhou o edifício.

Uma outra inovação tecnológica de vidros e esquadrias, ainda não usada no Brasil, mas bastante conhecida na Europa, é a fachada fotovoltaica, que funciona como uma miniestação de energia solar. Ela capta e tranforma energia solar em energia elétrica por meio de células fotovoltaicas instaladas nos vidros e a transmite por fios instalados no interior dos perfis de alumínio até baterias de armazenamento.
Não bastasse tudo isso, o alumínio ainda está presente em outras soluções inteligentes das construções verdes, como nos painéis de energia solar (em componentes como placas, aletas de captação, caixas externas e serpentinas), em divisórias, móveis, persianas e brises.

Reutilização e reciclagem
A simplicidade do processo de reciclagem é um dos maiores fatores de sustentabilidade do alumínio. Atualmente, 38% do consumo doméstico de alumínio no Brasil é reciclado, segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal). A lista de materiais de alumínio que podem passar pela reciclagem é extensa: esquadrias e caixilhos, painéis de revestimento, dutos de ar condicionado, persianas, divisórias e móveis.
A reciclagem do alumínio representa uma economia de 95% na energia elétrica em relação à energia gasta para produção de alumínio primário. “Com infinitos processos de reciclagem, o alumínio não perde suas características”, explica Antônio Carlos Cruz, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP.

Roberta Kronka Mülfarth, da FAU, alerta, contudo, que antes da reciclagem está a reutilização, propriedade do alumínio igualmente importante. “No Brasil, fala-se muito de reciclagem, mas a primeira opção é a reutilização Em um prédio novo, posso reutilizar vigas e esquadrias antigas de alumínio. Aqui ainda não se faz isso, até por uma questão cultural, afinal existe muito preconceito contra a utilização de materiais que não sejam novos. Mas na Europa se faz bastante. A Holanda, por exemplo, tem um mercado muito significativo de desmontagem de materiais de construção. Se a edificação for constituída levando a reutilização em consideração, pode-se facilmente reutilizar grande parte (do alumínio usado na obra)”, explica a pesquisadora.

Fonte: www.revistaaluminio.com.br